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terça-feira, 31 de julho de 2012

MAIS UM TÍTULO HISTÓRICO PELA EMI


EMI relança 'Te pego pela palavra', da Rainha do Rádio Marlene Gravado ao vivo em 1974 e libelo contra a ditadura militar, o álbum faz parte da discoteca básica da MPB
O disco ao vivo Te pego pela palavra da eterna Rainha do Rádio Marlene, está sendo relançado pela EMI Music. Originalmente dos anos 70, época em que boa parte dos artistas pensantes de nossa música usavam sua arte como resistência à opressão política da ditadura militar, o álbum sobreviveu ao tempo e apresenta canções belíssimas de diversas fases da música brasileira (com roteiro do diretor do espetáculo, Hermínio Bello de Carvalho, e arranjos de Arthur Verocai). Ela intercalava sucessos antigos dos seus tempos de ícone da Era do Rádio e o melhor da MPB de protesto em voga naquele ano de 1974. Moderna e com um repertório de ótima qualidade desde o início de sua carreira, nos anos 40, a cantora sempre foi a rainha dos palcos, com uma performance cada vez mais apoteótica, com o passar dos anos. A partir de 1968, quando fez sua reentrée com o show Carnavália, ela acabou servindo de escola a colegas mais novas, como Elis Regina e Maria Bethânia. E isto fica nítido ao se reouvir este álbum 38 anos depois. “Aos 51 anos, Marlene era saudada por um novo público que aplaudia e consagrava sua performance vigorosa, audaciosa e teatral”, conta Rodrigo Faour, idealizador e produtor do projeto. O roteiro trazia alguns sucessos carnavalescos de Marlene, entremeados com clássicos nascentes da nova MPB, e um ecletismo fulgurante, indo da embolada Pra onde vai valente, de Manezinho Araujo, passando por petardos da dupla João Bosco e Aldir Blanc (Cabaré, Beguine dodói, Dois pra lá dois pra cá, O chefão), sambas-canções da antiga (Mané fogueteiro, Ronda – antes de a mesma ser redescoberta por Márcia e Bethânia), rock de Zé Rodrix (Roupa prateada), algo do Clube da Esquina (Ponta de areia), uma inusitada parceria de Cartola e Hermínio Bello de Carvalho de apenas 4 estrofes (Catedral do inferno), protesto de autores novos (Cabra cega, de Sarah, Tony Bahia e Ray), chegando ao clímax no baião Galope, de Gonzaguinha, lançado por ela, com grande sucesso. O encarte traz, além de tudo que havia no LP original, um texto de Faour sobre a importância desta intérprete para a cultura e a música brasileiras, além de curiosidades sobre o espetáculo. Marlene completa 90 anos no próximo dia 22 de novembro. Que os louros recaiam novamente sobre uma rainha que jamais perdeu a majestade. “Esta edição comemora seus 70 anos de carreira, 90 de vida e o sucesso do musical Emilinha e Marlene – As Rainhas do Rádio, de Thereza Falcão e Julio Fischer, que vem contando sua vida nos palcos”, completa.