Lançamento celebra o centenário do compositor, com interpretações de Carmen Miranda, Maria Bethânia e Moreira da Silva
Assis Valente não fez bobagem – 100 anos de alegria (EMI Music) celebra o centenário do grande compositor Assis Valente (1911-1958), que dos anos 30 aos 50 conjugou a alegria de melodias inesquecíveis com letras que eram verdadeiras crônicas de costumes de seu tempo. Seja nas gravações originais ou em regravações de alto nível, sua ironia, seu lado feminino e a paixão pelo samba e pelo Brasil nos fazem vibrar e até esquecer que por trás disso havia um autor atormentado, cuja vida terminou tragicamente. O subtítulo deste CD duplo evoca o clima carnavalesco de suas músicas e o título é uma referência à letra de um de seus sambas de maior sucesso, Fez bobagem, lançado em 1942, e aqui cantado pela diva Elza Soares. Esta e muitas outras regravações expressivas da obra do compositor estão no CD 1, juntamente com as versões imortais de Brasil pandeiro (Novos baianos), Camisa listrada (Maria Bethânia), Maria Boa (Maria Alcina), Uva de caminhão (Wanderléa) e Mangueira (Aracy de Almeida). Ainda neste primeiro CD, temos algumas regravações não menos expressivas, mas bastantes raras, como a antológica Recenseamento (Ademilde Fonseca), Boneca de Pano (Quatro Ases e 1 coringa, de um disco raríssimo de 1960 em que reliam velhos sucessos), Um jarro d’água (do primeiro LP de Marlene, que realizou com Assis em vida, o primeiro disco-tributo ao compositor, em 1955), a versão da atriz Marília Pêra para seu primeiro sucesso, Tem francesa no morro, além de sua música mais famosa, a marcha-rancho natalina, Boas festas, na voz de Doris Monteiro. Já no CD 2, há gravações originais na grande maioria muito pouco conhecidas, algumas delas pela primeira vez em CD. Vale destacar a remasterização de Carlos Savalla e Luigi Hoffer que conseguiram um som excepcional, visto que são todas gravadas na maioria nos anos 30 e 40. Não faltam neste disco seus intérpretes mais constantes: a genial Carmen Miranda (Tenho raiva do luar, Isso não se atura e Deixa comigo), dando um verdadeiro banho de interpretação, e o afinadíssimo Bando da Lua (Bis, Não quero não, Badaladas, Boa noite e a hilária Gosto mais do outro lado). Completam o time a voz linda de Dircinha Batista (nas deliciosas pérolas de duplo sentido Ele disse que dá e O meu não dá), o grupo Quatro Ases e 1 Coringa (Me segure e Coração bateu demais), e quatro grandes cantores da Era de Ouro da MPB: Orlando Silva (Alegria), Carlos Galhardo (Sinos da Penha), Moreira da Silva (Pra lá de boa) e Cyro Monteiro (Deixa isso pra lá).
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